Espasmos no rosto ou nos braços, desmaio ou convulsão? Pode ser Epilepsia!

O que é epilepsia e por que acontecem crises? Você sabia que as convulsões — ou crises epilépticas — são mais comuns do que muita gente imagina, e que chegam a ser confundidas com desmaio ou “apagões”? No Brasil, estima-se que cerca de 1% da população conviva com epilepsia, o que corresponde a mais de 2 milhões de pessoas ou 10 a cada 1.000 pessoas.  A prevalência é especialmente elevada em duas faixas etárias: crianças abaixo dos 5 anos e idosos acima dos 65 anos, refletindo causas relacionadas ao desenvolvimento cerebral e a lesões cerebrais adquiridas na vida adulta.   O que acontece durante uma crise epiléptica? Vamos imaginar que o cérebro funcione como uma grande cidade cheia de fios elétricos invisíveis, por onde circulam mensagens entre bilhões de “moradores” — que são os neurônios.Essas mensagens viajam na forma de impulsos elétricos, de maneira organizada e coordenada, como se fosse o tráfego de carros numa cidade bem planejada: cada sinal sabe para onde vai, com o tempo certo e a intensidade adequada. Uma crise epiléptica acontece quando, por algum motivo, uma parte do cérebro — ou todo ele — começa a emitir sinais elétricos de forma descontrolada, como se vários semáforos queimassem ao mesmo tempo e todos os carros avançassem sem ordem.Isso gera uma “tempestade elétrica” que pode interromper temporariamente o funcionamento normal daquelas áreas do cérebro, causando sintomas que variam de pessoa para pessoa. A origem dessas descargas anormais pode estar em diversas causas, como: Cicatrizes ou lesões no cérebro (por traumatismos, AVC, infecções, tumores, malformações congênitas); Alterações na química cerebral, como desequilíbrios nos neurotransmissores — substâncias que regulam a atividade elétrica dos neurônios; Doenças genéticas que afetam o funcionamento dos canais iônicos, que são como “portas” que controlam a entrada e saída de moléculas eletrificadas nos neurônios. Em condições normais, há um equilíbrio entre estímulo e inibição no cérebro: alguns neurônios funcionam como “aceleradores”, outros como “freios”.Quando esse equilíbrio se perde — por um defeito estrutural, químico ou elétrico — os sinais de “acelerar” se sobrepõem, e a rede neuronal entra em curto-circuito, produzindo a crise. Dependendo da parte do cérebro afetada, a pessoa pode apresentar movimentos involuntários, alteração da consciência, sensações estranhas, mudanças de comportamento ou combinações desses sintomas, o que chamamos de crise focal.Se a descarga começa em todo o cérebro ao mesmo tempo (crise generalizada), pode ocorrer a convulsão clássica, com perda de consciência, rigidez e abalos musculares.  Quais são os tipos de crise: Convulsão: a crise generalizada tônico-clônica, conhecida popularmente como “convulsão”, costuma começar com uma súbita perda da consciência, podendo ter a emissão de um som agudo chamado de grito epiléptico, seguida da contração intensa de todo o corpo (fase tônica) que gerará uma queda ao solo durando alguns segundos. Depois vem a fase clônica, marcada por sacudidas ritmadas dos braços e das pernas, ruídos respiratórios, salivação intensa, fechamento da mandíbula, manutenção dos olhos abertos e virados para cima ou para o lado e eventual perda urinária ou intestinal. Após o episódio, geralmente há um período de confusão mental, sono profundo ou sensação de exaustão, que pode durar minutos ou até horas, em média 20 a 30 minutos. Há alguma manifestações mais discretas ou surpreendentes que podem também ter origem epiléptica, como: Crise de ausência: pequena “parada” no comportamento, com olhar distante ou fixo, muitas vezes breve e imperceptível, associada a movimentos automáticos de boca e mandíbula como se estivesse mastigando ou até pequenos espasmo nas pálpebras. Crise focal: pode iniciar com sensações como déjà-vu, cheiro estranho, mal-estar gástrico, automatismos como mastigar, esfregar as mãos ou gestos repetitivos ou iniciar com espasmos, tremores, movimentos repetitivos de face ou membros de um lado do corpo. Esses eventos podem ser seguidos de um período de confusão mental ou ficar “aéreo”, lentificado. Essas manifestações podem ser confundidas com desmaio, apagão, lapso memória, desatenção, ansiedade ou mudanças de humor — por isso é tão importante a avaliação do neurologista para fazer esta diferenciação. Como investigar? Para identificar se o evento foi uma crise epiléptica e avaliar o tipo de crise, o relato detalhado do paciente é fundamental, o que sentiu antes ou durante o ocorrido, se perdeu a consciência ou não, caso não se recorde ou tenha tido um “apagão”, o relato de alguém presenciou ou um até um vídeo do episódios pode ser fundamental para o diagnostico! A escuta ativa e especializada do neurologista é crucial para correto entendimento do problema. Além disso podem ser necessário alguns exames: Eletroencefalograma (EEG), para registrar a atividade elétrica do cérebro. Exames de imagem cerebral (ressonância magnética ou tomografia), que ajudam a identificar lesões estruturais ou alterações que possam desencadear crises. Esses exames são fundamentais para guiar o tratamento de forma segura e personalizada. Por que entender isso importa? Epilepsia é uma condição tratável, e muitas vezes controlável com apenas um medicamento adequado. Conhecer os sinais, distinguir convulsão de desmaio, e buscar avaliação médica com exames corretos pode fazer toda a diferença para garantir segurança, autonomia e qualidade de vida. Referências Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Epilepsia. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude Sander JW, Shorvon SD. Epidemiology of the epilepsies. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry. 1996;61(5):433-443. doi:10.1136/jnnp.61.5.433 Fiest KM, Sauro KM, Wiebe S, et al. Prevalence and incidence of epilepsy: A systematic review and meta-analysis of international studies. Neurology. 2017;88(3):296-303. doi:10.1212/WNL.0000000000003509 Borges MA, Min LL, Guerreiro CA, et al. Prevalence of epilepsy: the Sao Paulo Epidemiologic Study. Epilepsia. 2004;45(12): 1613–1620. doi:10.1111/j.0013-9580.2004.17504.x Fisher RS, Cross JH, French JA, et al. ILAE classification of seizures: Overview of revised 2017 classification. Epilepsia. 2017;58(4):522–530. doi:10.1111/epi.13671 Post recentes All Posts Espasmos no rosto ou nos braços, desmaio ou convulsão? Pode ser Epilepsia! agosto 12, 2025/No Comments O que é epilepsia e por que acontecem crises? Você sabia que as convulsões — ou crises epilépticas — são… Read More Como prevenir o Azheimer – É genético ou podemos evitar? agosto 11, 2025/No Comments Entenda o que causa a doença e

Como prevenir o Azheimer – É genético ou podemos evitar?

Entenda o que causa a doença e como previnir. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, representando cerca de 60% a 70% dos casos no mundo. Estudos mostram que a prevalência aumenta significativamente com o envelhecimento: enquanto afeta cerca de 5% das pessoas aos 70 anos, pode chegar a 20% aos 80 anos e ultrapassar 40% aos 90 anos. Isso significa que, quanto mais vivemos, maior é a probabilidade de desenvolver a doença — mas isso não quer dizer que ela seja inevitável. Há muito que podemos fazer para reduzir o risco. O que é demência? Demência é um termo usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a memória, o raciocínio, a linguagem e a capacidade de realizar atividades do dia a dia, interferindo na vida social e na independência da pessoa. No caso do Alzheimer, a perda de memória recente costuma ser o primeiro sinal, seguida por dificuldades para planejar, se orientar no tempo e espaço, encontrar palavras e reconhecer pessoas ou objetos familiares.           Sinais e sintomas mais comuns do Alzheimer Típicos: esquecimento frequente de eventos recentes, repetição de perguntas, dificuldade para lembrar nomes e compromissos, desorientação no tempo ou espaço, dificuldade para realizar tarefas habituais. Menos comuns (atípicos): alterações de humor sem motivo aparente, desconfiança excessiva, retraimento social, dificuldade para compreender situações simples, mudanças no padrão de sono e apetite. Quais as causas? Os fatores de risco para Alzheimer?   Alguns fatores não podemos mudar, como idade e histórico familiar. Mas a boa notícia é que a maioria dos casos de demência está relacionada a causas que podemos prevenir, como: Não modificáveis Idade avançada (principal fator) Histórico familiar de Alzheimer ou outras demências Genética (presença de certos genes como APOE-e4) Modificáveis – que podem ser prevenidos ou controlados: Hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto Tabagismo e consumo excessivo de álcool Sedentarismo Alimentação pouco saudável Obesidade Depressão não tratada Isolamento social Apneia do sono Doenças da tireoide Deficiências vitamínicas (B12, vitamina D, entre outras) Como reduzir o risco e proteger o cérebro: 1. Controle das doenças cardiovasculares Manter pressão arterial, glicose e colesterol em níveis adequados. Consultas médicas regulares para ajustes de tratamento. 2. Hábitos de vida saudáveis Praticar atividade física regular, preferencialmente combinando exercícios aeróbicos, de força e equilíbrio. Alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, oleaginosas, peixes e grãos integrais (estilo Mediterrâneo ou DASH). Evitar o excesso de açúcar, gorduras saturadas e ultraprocessados. 3. Estimulação cognitiva e “dual tasking” Ler, aprender coisas novas, fazer palavras cruzadas ou jogos de raciocínio. Associar movimento e pensamento, como dançar, tocar instrumento, aprender um idioma ou fazer caminhadas enquanto conversa. 4. Manter conexões sociais Participar de grupos, encontros familiares, atividades comunitárias ou voluntariado. Conversar e trocar experiências regularmente. 5. Manejo do estresse e da sobrecarga emocional Técnicas de relaxamento, meditação, respiração profunda ou ioga. Ter momentos de lazer e descanso planejados. 6. Evitar hábitos prejudiciais Não fumar. Moderar o consumo de álcool. 7. Cuidar da saúde geral Avaliar e tratar doenças da tireoide. Corrigir deficiências vitamínicas com orientação médica. Tratar distúrbios do sono, especialmente apneia.   ✨ O Alzheimer é uma doença cuja probabilidade aumenta com a idade, mas não é um destino certo. Cuidar do corpo e da mente, manter hábitos saudáveis, estar socialmente ativo e controlar doenças crônicas são atitudes que reduzem o risco e ajudam a preservar a memória por mais tempo. Quanto mais cedo começarmos, maiores são as chances de proteção ao longo da vida. Referências World Health Organization. Dementia. 2023. Alzheimer’s Disease International. World Alzheimer Report. 2022. Livingston G, et al. Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission. Lancet. 2020. A.116.308398 Post recentes All Posts Como prevenir o Azheimer – É genético ou podemos evitar? agosto 11, 2025/No Comments Entenda o que causa a doença e como previnir. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência,… Read More AVC ou “derrame”: descubra os sintomas e como prevenir agosto 8, 2025/No Comments Reconheça os sinais e adote hábitos para manter seu cérebro protegido: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais… Read More Enxaqueca não é só dor de cabeça: entenda essa condição neurológica e saiba quando procurar ajuda! junho 12, 2025/No Comments A enxaqueca é muito mais do que “uma dorzinha chata na cabeça”. Trata-se de um distúrbio neurológico crônico, de origem… Read More Compartilhe esse post: Post Relacionados Gostaria de agendar uma consulta? Agende sua consulta

AVC ou “derrame”: descubra os sintomas e como prevenir

Reconheça os sinais e adote hábitos para manter seu cérebro protegido: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. Ele acontece quando o sangue deixa de chegar adequadamente a uma parte do cérebro, seja porque houve entupimento (AVC isquêmico) ou rompimento de um vaso (AVC hemorrágico). Essa falta de circulação faz com que as células cerebrais comecem a morrer em poucos minutos — por isso, cada segundo conta. Tipos de AVC AVC Isquêmico – é o mais comum, representando cerca de 80% dos casos. Geralmente ocorre quando um coágulo ou uma placa de gordura bloqueia a passagem do sangue em uma artéria cerebral. AVC Hemorrágico – menos frequente, mas mais grave. Acontece quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe, provocando sangramento. Pode ser causado por hipertensão descontrolada, aneurismas ou malformações vasculares.              Sintomas de alerta: reconheça e aja rápido Um AVC pode começar de forma súbita e silenciosa, mas existem sinais que nunca devem ser ignorados. Um jeito simples de lembrar é pelo método SAMU: Sorriso: peça para a pessoa sorrir — um lado do rosto pode ficar caído. Abraço: peça para levantar os dois braços — um pode cair ou não se mover. Mensagem: peça para falar uma frase simples — pode haver dificuldade, fala enrolada ou palavras trocadas. Urgência: se houver algum desses sinais, ligue para o SAMU (192) imediatamente. Outros sintomas possíveis: Perda repentina da visão (em um ou ambos os olhos) Fraqueza ou formigamento súbito em um lado do corpo Tontura intensa, desequilíbrio ou dificuldade para andar Dor de cabeça súbita e muito forte, diferente de qualquer outra que já teve Importante: quanto mais cedo o tratamento começar, maior a chance de recuperação e menor o risco de sequelas. Quais as causas? Alguns fatores não podemos mudar, como idade, sexo e histórico familiar. Mas a boa notícia é que a maioria dos AVCs está relacionada a causas que podemos prevenir, como: Pressão alta Colesterol elevado Diabetes Tabagismo Sedentarismo Consumo excessivo de álcool Sobrepeso Má alimentação (excesso de sal, gorduras saturadas, ultraprocessados) ⚠️ Importante: nem todas as pessoas passam por todas essas fases. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e até de uma crise para outra. Hábitos para prevenir um AVC: Cuidar do cérebro é também cuidar do coração e do corpo todo. Algumas atitudes simples no dia a dia reduzem muito o risco: Controle da pressão arterial: meça regularmente e siga as orientações médicas. Alimentação saudável: priorize frutas, verduras, legumes, grãos integrais, azeite e peixes; reduza sal e evite ultraprocessados. Atividade física: ao menos 150 minutos por semana de exercícios moderados (caminhada, bicicleta, natação). Não fumar: parar de fumar reduz drasticamente o risco já nos primeiros anos. Moderação no álcool: limite o consumo ou evite. Controle do diabetes e colesterol: acompanhamento regular com seu médico. Sono de qualidade: dormir bem também protege o cérebro. Gerenciar o estresse: meditação, terapia, hobbies e pausas no trabalho ajudam a equilibrar corpo e mente.   ✨ O AVC pode ser prevenido em grande parte dos casos e, quando acontece, o tempo é o fator mais importante para salvar vidas e reduzir sequelas. Reconhecer os sinais, agir rápido e manter hábitos de vida saudáveis são as maiores armas contra essa doença. Se tiver dúvidas sobre seu risco individual, procure um neurologista para uma avaliação detalhada. Referências Sarikaya H, Ferro J, Arnold M. Stroke prevention—medical and lifestyle measures. Eur Neurol. 2015;73(3-4):150-157. doi:10.1159/000367652 Bushnell CD et al. Guidelines for the Primary Prevention of Stroke: 2024 Update From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2024. doi:10.1161/STR.0000000000000466 Zhong C et al. Blood pressure management for stroke prevention. J Stroke. 2021;23(1):1-20. doi:10.5853/jos.2020.04357 Govori V et al. Lifestyle Modifications and Their Impact on Stroke Risk. Medicina (Kaunas). 2024;60(2):218. doi:10.3390/medicina60020218 Boehme AK, Esenwa C, Elkind MS. Stroke Risk Factors, Genetics, and Prevention. Circ Res. 2017;120(3):472-495. doi:10.1161/CIRCRESAHA.116.308398 Post recentes All Posts AVC ou “derrame”: descubra os sintomas e como prevenir agosto 8, 2025/No Comments Reconheça os sinais e adote hábitos para manter seu cérebro protegido: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais… Read More Enxaqueca não é só dor de cabeça: entenda essa condição neurológica e saiba quando procurar ajuda! junho 12, 2025/No Comments A enxaqueca é muito mais do que “uma dorzinha chata na cabeça”. Trata-se de um distúrbio neurológico crônico, de origem… Read More Esquecimento: Até quando é normal? junho 5, 2025/ Baseado no livro “A Arte de Esquecer”, do Prof. Ivan Izquierdo Esquecer é algo que acontece com todos nós —… Read More Compartilhe esse post: Post Relacionados Gostaria de agendar uma consulta? Agende sua consulta

Enxaqueca não é só dor de cabeça: entenda essa condição neurológica e saiba quando procurar ajuda!

A enxaqueca é muito mais do que “uma dorzinha chata na cabeça”. Trata-se de um distúrbio neurológico crônico, de origem genética, que pode afetar profundamente a qualidade de vida — física, emocional e social. Quem convive com ela sabe que não se trata de exagero nem de “frescura”: o cérebro de quem tem enxaqueca funciona de forma diferente e merece cuidado especializado. O que é enxaqueca? A enxaqueca é uma condição crônica que costuma surgir ainda na juventude e pode acompanhar a pessoa por muitos anos. É comum que haja histórico familiar — ou seja, pode ser herdada de um dos pais.Nessa condição, o cérebro e os nervos do crânio se tornam mais sensíveis a estímulos, tanto internos (como alterações hormonais) quanto externos (como luz, cheiros, ruídos ou sono irregular). O que acontece no cérebro durante a crise? Uma crise de enxaqueca é resultado de uma resposta cerebral em cadeia que envolve: • Hiperexcitabilidade cerebral – o cérebro responde de forma exagerada a estímulos simples;• Alterações nos neurotransmissores – especialmente na serotonina, que regula humor e dor;• Disfunção em centros de controle da dor e da sensibilidade, como o tálamo e o tronco encefálico. Essas alterações desencadeiam sintomas que vão muito além da dor. Enxaqueca é mais do que dor de cabeça: conheça as fases da crise A enxaqueca pode evoluir em até 4 fases distintas: 1. Pródromo (antes da dor): sinais como bocejos repetidos, compulsão por doces, irritabilidade, cansaço ou dificuldade de concentração. 2.Aura (em alguns casos): alterações visuais (manchas, luzes piscando), dormência ou dificuldade para falar. 3.Dor: geralmente latejante, unilateral, acompanhada de náusea, vômito, sensibilidade à luz, ao som e a cheiros. 4.Pósdromo (após a dor): sensação de “ressaca cerebral”, cansaço, lentidão mental. ⚠️ Importante: nem todas as pessoas passam por todas essas fases. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e até de uma crise para outra. O que pode desencadear uma crise? Existem diversos gatilhos que podem facilitar o início de uma crise. Os mais comuns são: • Estresse emocional e ansiedade• Sono ruim ou noites mal dormidas• Ficar em jejum por muito tempo• Oscilações hormonais (como no período menstrual)• Cheiros fortes, luzes intensas ou ruídos altos• Café em excesso ou abstinência repentina ✨ Cada paciente tem seu próprio “mapa de gatilhos”. Identificá-los é parte essencial do tratamento. Existe tratamento? Sim! A boa notícia é que a enxaqueca tem controle, e hoje temos diversas estratégias para isso. O tratamento deve sempre ser personalizado, de acordo com o tipo e a frequência das crises. As abordagens incluem: • Mudanças no estilo de vida (sono, alimentação, atividade física, manejo do estresse)• Medicações de alívio e prevenção (orais ou injetáveis)• Terapias complementares: acupuntura, fisioterapia, técnicas de relaxamento e neuroestimulação ⚠️ Ignorar as crises ou se automedicar repetidamente pode agravar o problema e tornar a enxaqueca ainda mais difícil de controlar. Viver sem dor é possível A enxaqueca ainda não tem cura, mas é perfeitamente possível viver com controle e qualidade de vida. O diagnóstico correto, aliado ao tratamento e ao acompanhamento com neurologista, pode transformar a rotina de quem sofre com dores frequentes. Você não precisa aceitar a dor como “parte da vida”. 📌 Dica final: Identifique seus gatilhos, respeite seus limites e busque ajuda especializada.Cuidar da sua saúde cerebral é um ato de autocuidado e liberdade. 📩 Se você sofre com dores de cabeça frequentes, estou à disposição para orientar e acompanhar seu caso com responsabilidade e empatia. Referências científicas: 1.Goadsby, P. J., et al. (2017). Migraine. Nature Reviews Disease Primers, 3, 17071. 2.Ashina, M. (2020). Migraine. The New England Journal of Medicine, 383(19), 1866–1876. 3.Headache Classification Committee of the International Headache Society (IHS). (2018). The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition (ICHD-3). Cephalalgia, 38(1), 1–211. 4.Charles, A. (2018). The pathophysiology of migraine: implications for clinical management. The Lancet Neurology, 17(2), 174–182. Post recentes All Posts Quando o Corpo Pede Socorro, Mas o Homem Cala: A Dor Silenciosa do Cérebro Masculino junho 7, 2025/No Comments Homens morrem mais cedo. Suicidam-se mais. Adoecem em silêncio. E, quando procuram ajuda, muitas vezes já estão no limite. Vivemos… Read More Enxaqueca não é só dor de cabeça: entenda essa condição neurológica e saiba quando procurar ajuda junho 5, 2025/ A enxaqueca é muito mais do que “uma dorzinha chata na cabeça”. Trata-se de um distúrbio neurológico crônico, de origem… Read More Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas junho 5, 2025/No Comments Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas Introdução A neurologia é uma especialidade médica que lida com… Read More Compartilhe esse post: Post Relacionados Gostaria de agendar uma consulta? Agende sua consulta

Esquecimento: Até quando é normal?

Baseado no livro “A Arte de Esquecer”, do Prof. Ivan Izquierdo Esquecer é algo que acontece com todos nós — mas você já parou para pensar por que esquecemos? Para o neurocientista Ivan Izquierdo, um dos maiores nomes da neurociência da memória no Brasil, “esquecer é parte do lembrar”. Parece contraditório, mas faz todo sentido: nosso cérebro precisa selecionar o que vale a pena ser lembrado. Se registrássemos tudo, a sobrecarga seria insuportável. O esquecimento, na verdade, é uma estratégia do cérebro para organizar a mente e preservar o que é essencial. 🧠 Como funciona a memória? Izquierdo descreve diferentes tipos de memória que se formam e se perdem em ritmos distintos. A seguir, alguns deles: • Memória de Curto Prazo: guarda informações por segundos ou minutos. Exemplo: lembrar onde deixou a chave ou o que foi buscar no outro cômodo. Muito sensível à distração. • Memória de Longo Prazo: armazena informações por dias, anos ou toda a vida. Inclui memórias conscientes (como uma festa de aniversário) e inconscientes (como dirigir). • Memória Emocional: vivências marcadas por emoções tendem a ser mais facilmente gravadas e lembradas. Emoção e atenção são grandes aliados da memória. • Memória de Trabalho: é a “memória ativa”, usada para raciocinar, tomar decisões ou resolver problemas no momento. É possível esquecer em qualquer uma dessas etapas. Às vezes é apenas desatenção ou cansaço; outras vezes, o cérebro realmente “limpa” aquilo que considera irrelevante. ✅ Quando o esquecimento é normal? Alguns esquecimentos são esperados e fazem parte da vida cotidiana, como: • Esquecer onde deixou objetos e lembrar logo depois; • Trocar o nome de alguém recém-conhecido; • Esquecer um compromisso não anotado; • Deixar de comprar algo no mercado. Esses episódios costumam ocorrer em situações de estresse, sobrecarga, privação de sono ou até por condições clínicas reversíveis, como anemia, alterações da tireoide ou carência de vitaminas. 📖 Como diz Izquierdo: “Esquecer o que não importa é parte de lembrar o que realmente importa.” 🚨 Quando o esquecimento é sinal de alerta? Alguns sinais indicam que está na hora de procurar um neurologista: • Repetição constante das mesmas perguntas; • Perda frequente de objetos importantes; • Dificuldade para manter rotinas simples; • Troca de palavras ou esquecimento de nomes familiares; • Desorientação em locais conhecidos. Outros relatos comuns de familiares incluem: 💬 “Ela começou a repetir a mesma história várias vezes por dia.”🚪 “Ele se perdeu voltando do mercado onde vai há anos.”🍽️ “Esquece de comer ou toma os remédios duas vezes.”😔 “Tem mudado de humor, está mais irritado ou apático.” Esses comportamentos não são parte natural do envelhecimento. São sinais de que algo mais sério pode estar ocorrendo — e merecem avaliação médica. 💛 Cuidar é um ato de amor Esquecimentos leves podem passar despercebidos no início, mas com o tempo comprometem a autonomia, a convivência e até a dignidade da pessoa. Segundo Izquierdo, a memória é o que sustenta nossa identidade — por isso, cuidar dela é cuidar de quem a pessoa é. O diagnóstico precoce ajuda a preservar a qualidade de vida, planejar o futuro com mais segurança e fortalecer os vínculos familiares. Se você ou alguém próximo tem apresentado sinais de esquecimento persistente, procure um neurologista. Observar, acolher e buscar ajuda são formas de demonstrar amor e respeito. Referência principal: Izquierdo, I. A Arte de Esquecer. Editora Artmed, 2004. Outras fontes complementares: • Budson, A. E., & Solomon, P. R. Memory Loss, Alzheimer’s Disease, and Dementia: A Practical Guide for Clinicians. Elsevier, 2016. • Squire, L. R., & Kandel, E. R. Memory: From Mind to Molecules. W.H. Freeman, 2009. Post recentes All Posts Enxaqueca não é só dor de cabeça: entenda essa condição neurológica e saiba quando procurar ajuda #2 junho 12, 2025/No Comments A enxaqueca é muito mais do que “uma dorzinha chata na cabeça”. Trata-se de um distúrbio neurológico crônico, de origem… Read More Quando o Corpo Pede Socorro, Mas o Homem Cala: A Dor Silenciosa do Cérebro Masculino junho 7, 2025/No Comments Homens morrem mais cedo. Suicidam-se mais. Adoecem em silêncio. E, quando procuram ajuda, muitas vezes já estão no limite. Vivemos… Read More Esquecimento: até quando é normal? junho 5, 2025/ Baseado no livro “A Arte de Esquecer”, do Prof. Ivan Izquierdo Esquecer é algo que acontece com todos nós —… Read More Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas junho 5, 2025/No Comments Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas Introdução A neurologia é uma especialidade médica que lida com… Read More Compartilhe esse post: Post Relacionados Gostaria de agendar uma consulta? Agende sua consulta

Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas

Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas Introdução A neurologia é uma especialidade médica que lida com doenças complexas do sistema nervoso. A boa conduta médica, aliada a inovações tecnológicas, tem sido fundamental para melhorar a qualidade de vida de pacientes com condições neurológicas. Inovações que Fazem a Diferença 1. Estimulação Cerebral Profunda (ECP) Desenvolvida por equipes brasileiras, como a do Dr. Erich Fonoff, a ECP é uma técnica que insere eletrodos no cérebro para tratar sintomas da Doença de Parkinson. Essa abordagem reduz o tempo cirúrgico em até 40% e melhora significativamente o controle motor dos pacientes. 2. Terapia Térmica Cerebral O Dr. Marc Abreu desenvolveu uma tecnologia que utiliza a indução de proteínas de choque térmico para restaurar funções cerebrais em pacientes com doenças como Alzheimer e Parkinson. Pacientes tratados relataram recuperação de capacidades motoras e cognitivas. 3. Pesquisa com Veneno de Cascavel Pesquisadores do Instituto Butantan identificaram que a crotoxina, uma proteína do veneno da cascavel, pode ser eficaz no tratamento da esclerose múltipla. Em estudos com modelos animais, a substância evitou o desenvolvimento da doença em 40% dos casos. Impacto na Vida dos Pacientes Esses avanços têm proporcionado melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes: Redução dos sintomas motores em doenças como Parkinson. Recuperação de funções cognitivas em casos de demência. Prevenção da progressão de doenças autoimunes como a esclerose múltipla. Conclusão A combinação de boa conduta médica e inovações tecnológicas tem transformado o tratamento de doenças neurológicas. Esses avanços não apenas melhoram os sintomas, mas também restauram a esperança e a qualidade de vida dos pacientes. Compartilhe esse post Quando o Corpo Pede Socorro, Mas o Homem Cala: A Dor Silenciosa do Cérebro Masculino junho 7, 2025/No Comments Homens morrem mais cedo. Suicidam-se mais. Adoecem em silêncio. E, quando procuram ajuda, muitas vezes já estão no limite. Vivemos… Read More Cérebro em Formação: O Que os Primeiros Anos Dizem Sobre Toda a Sua Vida junho 5, 2025/ Antes mesmo de uma criança aprender a falar, correr ou escrever seu nome, milhões de conexões neurais já foram moldadas… Read More Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas junho 5, 2025/No Comments Avanços na Neurologia: Como a Boa Conduta Médica Transforma Vidas Introdução A neurologia é uma especialidade médica que lida com… Read More Gostaria de agendar uma consulta? Agende sua consulta